O CANTO DAS PALAVRAS Blogue das Bibliotecas Escolares Agrupamento de Escolas D. Manuel I - Tavira
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
Tabacaria
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe
quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por
gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos
homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de
nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver
tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos
certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha
razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que
Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de
uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a
confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que
comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de
estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que
inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem
cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer
nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam
o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e
perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha
tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como
gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de
coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério
da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o
contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de
estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das
calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da
Tabacaria sorriu.
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
As turmas do 9.º ano da nossa escola deslocar-se-ão, nos dias
12, 13 e 14 de dezembro, à Biblioteca Álvaro de Campos, a fim de assistir ao “Tríptico
Pessoano” (teatro de marionetas – dramatização do poema “A Tabacaria” de Álvaro
de Campos), pela “Armação do Artista”.
Haverá uma sessão para o público em geral no sábado, dia 15
de dezembro, à 21h 30m.
domingo, 9 de dezembro de 2018
No âmbito da Semana da Ciência, a decorrer de 10 a 14 de dezembro, e
organizada pela equipa da Biblioteca (constituída pelas professoras Sónia
Gonçalves, Zita Rodrigues e Paula Serrano), realizar-se-ão, na Biblioteca da
escola, exposições de trabalhos e uma Feira de Minerais.
No dia 13 de dezembro, pelas 10h 30m, terá lugar, no Auditório, uma
palestra subordinada ao tema “A minha escola resiste a um sismo”, para as
turmas A e D do 7.º ano; no dia 14, haverá outra palestra, às 11h 15m,
subordinada ao tema “ O que existe numa gota de água”, destinada às turmas B e
D do 8.º ano.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
duas Joaninhas
Joana Mercês
é aluna da Escola D.Manuel I. Ela é uma aluna muito empolgada nos estudos.Tem
apenas 11 anos e já é reconhecida pelo seu trabalho. Vamos saber um pouco mais
como é a sua vida.
Joana
Oliveira- Como conseguiste chegar a um nível tão elevado, no que se refere às notas?
Joana
Mercês- Comecei de pequena e fui subindo de nível; é como se diz «É de
pequenino que se torce o pepino»!
Joana
Oliveira – Porque é que te dá prazer ter boas notas?
Joana
Mercês- Porquê?! Porque à medida vais tendo boas notas começas a entusiasmar-te…
Joana
Oliveira- Como consegues conciliar a escola com o balett?
Joana
Mercês- Há tempo para tudo… além disso, se estudarmos 10 minutos por dia,
conseguimos bons resultados! Nunca deixes de fazer aquilo de que gostas para
estudar!
Joana Oliveira- Dás-te bem com a tua família?
Joana
Mercês- Sim, no geral damo-nos bem, sempre temos algumas discussões, mas
resolvemos tudo!
Joana
Oliveira- A tua família dá-te forças para continuares a ter boas notas?
Joana
Mercês- Sim… às vezes, quando tenho uma branca, pergunto a quem está comigo. É
um bom suporte para o estudo!
Joana
Oliveira- Obrigada por teres respondido às minhas perguntas.
Joana
Mercês- De nada! Eu é que agradeço esta oportunidade de falar sobre mim.
Entrevista
realizada por: Joana Mercês e Joana Oliveira, 6ºA
MOSTRA O QUE SABES
Se
andas no 5º e leste o livro "A Fada Oriana", de Sophia
de Mello Breyner Andresen, participa no concurso "Mostra o que sabes",
que se realizará no dia 11 de dezembro, pelas 10h30m , no auditório da escola.
Para isso, deverás inscrever-te até ao dia 10 de dezembro. Poderás fazê-lo
junto da professora bibliotecária ou da funcionária da biblioteca. FICA O
DESAFIO! MOSTRA O QUE SABES...
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
Semana multidisciplinar
No dia 21 de novembro veio à escola a presidente da CPCJ de Tavira, Drª Sílvia Rufino, falar-nos sobre os direitos das crianças. Falou-nos de uma menina que era maltratada pelos pais como se fosse um animal. A menina foi a tribunal para ter o direito de viver em boas condições e receber amor. Na minha opinião, os pais da menina deviam ser castigados. Também nos falou sobre os direitos dos animais.
Eu gostei imenso! No fim recebemos um lápis , uma caneta e uma pulseira.Eu
concluí que as crianças têm direitos como comer, receber amor, carinho e de
andar na escola.
Inês Currito, 5º D
No dia 21 de novembro de 2018 veio à nossa escola a
presidente da CPCJ, doutora Sílvia Rufino, que veio falar sobre os direitos das
crianças.
As crianças têm direito a aprender, a ter uma família , um nome
e uma nacionalidade.
Na minha opinião, as crianças devem ter direito à saúde, a brincar
e a estudar e isso é o direito de viver.
João e Nicu, 5º D
Todas as crianças têm direitos
No dia 21 de Novembro veio cá a presidente da CPCJ (Comissão
de Proteção de Crianças e Jovens ) de Tavira, Drª Sílvia Rufino. Aprendemos que
todos temos direito à educação, à família, a um nome e a uma nacionalidade.
Penso que o que a Drª Sílvia falou sobre os direitos das crianças é verdade,
pois mesmo que sejamos diferentes devemos ser respeitados e tratados de forma
igual. Na minha opinião, concordo com Drª Sílvia Rufino quando diz que devemos
respeitar os outros que são de sítios diferentes, de culturas diferentes,
línguas diferentes. Se queremos ser
respeitados e bem tratados devemos respeitar e tratar bem os outros, não sendo
preconceituosos. Acho que a Declaração Universal dos Direitos da Criança deve ser respeitada
por todos.
Leonor e Nelson, 5ºD
A doutora Sílvia veio à escola para falar
sobre a multiculturalidade e os direitos das Crianças.
Na minha opinião, quando andamos na rua não devemos falar com estranhos nem aceitar nada de desconhecidos. Na minha opinião,as crianças devem ter o direito
a brincar, a uma família, a uma casa, a educação, a alimentação...
Acho
que aprendi muito do que a doutora Sílvia disse.
Mariana Pacheco e Miguel Rodrigues, 5ºD
No dia 21 de novembro veio à escola a presidente da PCPJ e aprendi que se houver alguma
guerra temos de fugir desse sítio e ir
para um sítio seguro . Todas as crianças
têm direito a uma família , direito de ir à escola, a ser felizes e a ter uma
alimentação saudável. Todas as crianças têm o direito de brincar, divertir-se
e ter uma casa para viver .
Acho que as crianças
não podem ser mal tratadas e magoadas .
Todas as
crianças têm o direito a ter um nome e
uma nacionalidade .
Todas as
crianças podem ser felizes , não devemos
negar a felicidade às crianças .
Aurélia
Sali, 5ºD
A Drª Sílvia Rufino veio à nossa sala, no dia 21 de novembro, falar-nos sobre
os direitos das crianças.
Eu concordo com os direitos das crianças, porque todas
elas devem ter família, educação, nacionalidade, nome, …
Na minha opinião, as crianças devem ter direitos,
incluindo o direito de viver.
Gil e Rodrigo Mangas,5ºD
No dia 21 de Novembro de 2018,veio à nossa turma a
presidente da C.P.C.J(Comissão
de Proteção de Crianças e Jovens) de Tavira , a Doutora Sílvia Rufino .Ela
mostrou-nos vários diapositivos, cada um ilustrando os vários direitos das
crianças.
Um
deles é o direito à educação : direito a aprender .
Também
nos mostrou o direito à família: direito a ser protegido, a ser alimentado e a
ter amor.
A Doutora Sílvia também nos contou que o
direito das crianças só foi feito depois
do direito dos animais .
Na minha opinião não devemos tratar mal uma criança mesmo que ela seja diferente.
No
final, a Doutora Sílvia deu-nos três prendas : uma caneta, um lápis e uma pulseira .
Com
esta visita ficamos a saber um pouco mais sobre a Declaração Universal dos Direitos
da Criança.
Filipa
Jesus e Iris Machado, 5ºD
Pedro Santos entrevista Gil Cunha
O jornalista Pedro Santos entrevistou o escritor Gil Cunha e
esclareceu as perguntas dos leitores dos seus livros.
Pedro- Sempre pensaste em escrever livros?
Gil- Não é algo em que tenha sempre pensado, só comecei a ter
esta ideia aos 10 anos; mas eu não vejo isto como uma «profissão», mas como uma
forma de divertimento.
Pedro- Quando tinhas 10 anos pensavas em fazer uma saga Star
Wars?
Gil- Não, comecei logo a pensar em fazer livros de Angry
Birds, pois nesse ano adorava fazê-los sobre esse tema, mas aos 11 anos pensei
em fazer algo diferente.
Pedro-Tencionas em fazer mais uma saga?
Gil- Ainda não tenciono fazê-lo, mas se calhar no futuro
posso tentar criar mais uma saga.
Pedro- Se fizesses, de que tema seria?
Gil- Faria algo parecido com o Homem-Aranha, porque adoro as
suas façanhas interessantes.
Pedro- De onde veio a tua inspiração?
Gil- Nestes livros sempre me inspirei nas histórias originais
e nas suas características.
Pedro-Tencionas ser escritor no futuro?
Gil- Sinceramente, não, pois não é o que eu penso ser no
futuro… mas até começar a minha carreira de querer ser astrónomo, posso
continuar a escrever livros.
E assim ficamos a conhecer um pouco mais deste aluno do 6ºA,
que escreve por divertimento e para apresentar aos colegas nas aulas de
Português.
Entrevista realizada por Gil Cunha e Pedro Santos, 6ºA
Entrevista à professora Ângela
Bom dia! Nós vamos fazer-lhe algumas perguntas.
P: O que gosta mais nesta
escola?
R: Dos alunos.
P:Que tipo de problemas a
professora resolve com frequência?
R:Problemas relacionados com o serviço de
refeições; desentendimentos/conflitos pontuais entre alunos; questões
burocráticas.
P: O que gosta mais nos seus
colegas?
R: Gosto de
sentir a sua paixão pela educação, do seu bom senso, da sua sensibilidade, da
sua capacidade de olhar o outro. Aprendo todos os dias a ser uma pessoa melhor
com os meus colegas.
P: Quando tinha a nossa
idade já sonhava em ser professora?
R: Sempre quis ser professora (também quis
ser bailarina). Ainda hoje me lembro da Senhora Professora Guilhermina, a minha
professora de 1.º Ciclo. Adorava escutá-la, achava-a um génio. Queria saber
tanto quanto ela.
P: Gosta da sua profissão?
R: Gosto muito da minha profissão. Aprendo todos os
dias com os mais novos. Têm muito para dar e para nos ensinar. Precisam de
atenção, que os ouçamos. É um desafio constante lidar com as nossas crianças e
jovens…
P: Como acha que esta escola
estará daqui a três anos?
R: Será uma escola sustentável, onde todos
alunos aprenderão.
P: Mais tarde acha que os manuais serão substituídos
por tablets?
R: Penso que os manuais devem ser
substituídos por tablets, ou algo do género. Não sou contra as novas
tecnologias, sou contra a forma como são usadas.
P: Se tivesse uma varinha mágica o que
mudaria nesta escola?
R: Todos
seriam FELIZES.
Muito obrigada pela sua atenção.
Entrevista realizada por:
Beatriz, Frederica e Mathilde- 6ºA
terça-feira, 27 de novembro de 2018
ALEXANDRE DUMAS (FILHO)
Alexandre Dumas Filho nasceu em
Paris, França, no dia 27 de julho de 1824. Filho ilegítimo do famoso escritor
francês Alexandre Dumas e uma costureira, Marie-Catherine Labay, Dumas Filho só
foi reconhecido pelo pai em 1831.
Com o reconhecimento legal de
Alexandre Dumas, Dumas Filho teve acesso a uma boa educação. Sofreu, porém,
hostilidades por parte de seus colegas por causa de sua origem, levando-o a
abordar o tema, inclusive, em obras suas. Exemplo disso foi a obra “O Filho
Natural”, de 1858.
Antes disso, em 1844, Dumas Filho
mudou-se para Saint-Germain-en-Laye, para morar com seu pai. Foi nesse período
em que conheceu a jovem cortesã Marie Duplessi, em quem se inspirou para
escrever “A Dama das Camélias”, seu romance de maior sucesso.
Alexandre Dumas Filho escreveu
vários romances e peças, inclusive uma semibiografia, “L'affaire Clemenceau”,
que é aclamado como um de seus melhores escritos. Apesar de carregar o mesmo
nome do consagrado pai, soube fazer seu caminho sozinho. Prova disso foi sua
admissão na Academia Francesa de Letras, em 1874. Alexandre Dumas Filho morreu
Marly-de Roi, França, no dia 27 de novembro de 1895.
Alexandre Dumas conhecido como Alexandre
Dumas, Pai (Villers-Cotterêts, 24 de julho de 1802 — Puys, 5 de dezembro de
1870) foi um romancista francês. Nasceu na região de Aisne, próximo a Paris.
Era neto do marquês Alexandre Antoine Davy de la Pailleterie e de uma escrava
negra, Marie-Césette Dumas. O seu pai foi Thomas Alexandre Davy de la
Pailleterie, mais conhecido como General Dumas, grande figura militar de sua
época.
Enquanto trabalhava em París, Dumas começou a
escrever artigos para revistas e também peças para teatro. Em 1829 foi
produzida a sua primeira peça, Henrique III e sua Corte, alcançando sucesso do
público. No ano seguinte, a sua segunda peça, Christine, também obteve
popularidade. Como resultado, tornou-se financeiramente capaz de trabalhar como
escritor em tempo integral. Entretanto, em 1830, participou da revolução que
depôs o rei Carlos X de França e substituiu-o no trono pelo ex-patrão de Dumas,
o Duque d'Orléans, que governaria com o nome de Luís Filipe de França,
alcunhado de Rei Cidadão.
Alexandre Dumas, pai, escreveu romances e
crónicas históricas com muita aventura que estimulavam a imaginação do público
francês e de outros países nos idiomas para os quais foram traduzidos. Alguns
destes trabalhos foram:
• O
Conde de Monte Cristo
• Os
Irmãos Corsos
• Os
romances de D'Artagnan:
• Os
Três Mosqueteiros (Les Trois Mousquetaires, 1844)
• Vinte
anos depois (Vingt Ans Après, 1845)
Apesar do sucesso e das ligações
aristocráticas de Alexandre Dumas, a sua vida sempre foi marcada por ter
ascendência negra. Em 1843, escreveu uma curta novela intitulada Georges, que
chamava atenção para alguns aspetos raciais e para os efeitos do colonialismo.
Apesar disso, atitudes racistas contrárias à sua posição legítima na história
da França ainda bem depois de sua morte, 5 de dezembro de 1870.
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
O Jardim
Consideremos o jardim, mundo de pequenas coisas,
calhaus, pétalas, folhas, dedos, línguas, sementes.
Sequências de convergências e divergências,
ordem e dispersões, transparência de estruturas,
pausas de areia e de água, fábulas minúsculas.
Geometria que respira errante e ritmada,
varandas verdes, direções de primavera,
ramos em que se regressa ao espaço azul,
curvas vagarosas, pulsações de uma ordem
composta pelo vento em sinuosas palmas.
Um murmúrio de omissões, um cântico do ócio.
Eu vou contigo, voz silenciosa, voz serena.
Sou uma pequena folha na felicidade do ar.
Durmo desperto, sigo estes meandros volúveis.
É aqui, é aqui que se renova a luz.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
calhaus, pétalas, folhas, dedos, línguas, sementes.
Sequências de convergências e divergências,
ordem e dispersões, transparência de estruturas,
pausas de areia e de água, fábulas minúsculas.
Geometria que respira errante e ritmada,
varandas verdes, direções de primavera,
ramos em que se regressa ao espaço azul,
curvas vagarosas, pulsações de uma ordem
composta pelo vento em sinuosas palmas.
Um murmúrio de omissões, um cântico do ócio.
Eu vou contigo, voz silenciosa, voz serena.
Sou uma pequena folha na felicidade do ar.
Durmo desperto, sigo estes meandros volúveis.
É aqui, é aqui que se renova a luz.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
As férias de A a Z
Bebi tanta Fanta
que fiquei santa.
Comi a minha
meia numa ceia.
Deitei-me na areia
a apanhar ar mas fui apanhada pelo mar.
Encontrei no
meio do meu sofá uma pá.
Fui visitar o
meu avô ao hospital mas na maca encontrei um animal.
Ganhei uma
viagem para Paris mas perdi o avião por um triz.
Havia uma
galinha que saia todos os dias da casa da vizinha.
Ia ter com a
Maria mas acabei como acabaria.
Lição para quê
se mais ninguém a lê.
Molhei-me no ar
sequei-me no mar.
Nada para fazer
até me faz ter vontade de correr.
O cão do vizinho
mordeu-me o focinho.
Paddel é comigo
mas não recomendo a nenhum amigo.
Ri tanto que até
parecia um canto.
Saí para a rua
numa noite com uma grande lua.
Tenho saudades
de aí estar, mas não quero voltar.
Um dia fui
comprar pão e ofereceram-me um cão.
Visitei um museu
que era escuro como breu.
Xadrez é o jogo
que mais gosto de jogar vezes e vezes sem parar.
Zanguei-me
porque as férias acabaram e as aulas começaram.
Frederica, 6ºA
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