sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O Acordeão Mágico

      

      Tudo começou no dia 14 de fevereiro em casa do meu avô, um monge guerreiro. No seu leito de morte deu-me um acordeão com poderes mágicos. Este acordeão tinha a forma de um paralelograma e era vermelho às riscas douradas. Se eu tocasse um dó agudo ele conceder-me-ia um desejo.

       Então, eu toquei um dó agudo e desejei ser mágico, porque era um sonho que tinha desde a infância. Depois de muitas subidas ao palco, um outro mágico perguntou-me se eu queria ir a uma convenção de magia, e eu, sem problemas, aceitei.

       Durante a viagem adormeci e quando acordei estava no inferno, com o diabo à minha frente. Foi então que percebi que o mágico que me convidara era o diabo disfarçado. Ele queria saber onde eu tinha o acordeão, mas eu fingi que não o tinha ouvido. Então, o diabo contou-me as inúmeras batalhas que travara contra o meu avô para chegar ao acordeão.

         De repente, ele prendeu-me os pés e eu, que tinha o acordeão escondido atrás das costas, toquei um dó agudo e desejei ir para o céu, para junto dos anjos.

         No céu, juntei-me aos anjos para combater as criaturas do submundo, mas depois de uma batalha intensa, o meu exército saiu derrotado, sendo eu o único sobrevivente.

        No momento final, estávamos frente a frente e o diabo pediu-me brutamente o acordeão. Não vi outra alternativa senão usar a minha astúcia. Subitamente, surgiu-me a ideia de utilizar o velho truque que o meu avô me ensinara. Entreguei ao diabo uma bomba disfarçada de acordeão, que explodiria assim que ele tocasse o dó agudo. Comecei a correr, para não ser apanhado pela explosão, mas o diabo, desejoso de poder, tocou o dó agudo e a explosão foi tão forte que acabou com ele e transportou-me de volta ao mundo dos humanos.

       Nesse mesmo dia, fui à campa do meu avô e enterrei o acordeão junto a ele, pois nunca mais precisaria de o proteger. A partir daí tudo foi diferente, tinha dinheiro, mas já não tinha o acordeão nem o meu avô. 

Nuno Miguel Baptista Guerreiro, 6ºC                                      


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